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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vygotsky

Intrudução
Sua obra busca um modelo explicativo do funcionamento psicológico e a constituição do sujeito no processo histórico – cultural. Por ter vivido no momento histórico que eclodiu a revolução marxista, Vygotsky é um marxista no sentido forte do termo: para ele, a consciência é um simples reflexo da historia – pois a própria materialidade histórica é constantemente plasmada pela ação de consciências envolvidas em processos de interação social.
Destaca a linguagem como ferramenta (capacidade de simbolização). Linguagem = intercâmbio dos indivíduos durante o trabalho, atividade especificamente humana. Para ele, a Psicologia não pode lidar apenas com o que é aparente, tem que penetrar em mecanismos mais complexos do humanoVygotsky afirma que a criança "pensa lembrando", enquanto o adulto "lembra pensando". Enfatiza a importância dos chamados meios artificiais para o controle de processos psicológicos. Estes são produto do desenvolvimento histórico.
Para vygotsky as funções mentais superiores (culturais) são transformações qualitativas das funções mentais elementares (naturais biológicas). As funções mentais superiores só se constituem nas relações sociais e são internalizadas por meio de uma atividade sígnica. Sem signos é impossível a internalização, a formação das funções mentais superiores e da consciência do sujeito. Os signos são os instrumentos que, agindo internamente no homem, provocam as transformações internas transformando-o de um ser biológico em um ser sócio- histórico.
Biografia:
Lev Semenovich Vygotsky, nasceu em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em uma prospera família judaica. Em 1917 formou-se em Direito pela Universidade de Moscou. Dois anos mais tarde, No ano de 1924, foi convidado por Kornilov para trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Neste mesmo ano, casou com Rosa Smekhova, com quem teve duas filhas.
Um ano mais tarde, em 1925, escreveu Psicologia da Arte, que só será publicado apenas em 65. Organiza o Laboratório de Psicologia para crianças deficientes – que em 1929 seria transformado no Instituto de Estudos de Deficientes e, após sua morte, no InstitutoCientifico de Pesquisas sobre Deficientes da Academia
aponta entre linguagem e cognição torna possível uma articulação do tipo de Ciências Pedagógicas. No dia 11 de junho de 1934, com 37 anos, morreu de tuberculose.
  • Vygotsky afirma que a criança "pensa lembrando", enquanto o adulto "lembra pensando". Enfatiza a importância dos chamados meios artificiais para o controle de processos psicológicos. Estes são produto do desenvolvimento histórico.
  • Vygotsky teve papel fundamental na introdução da cultura na constituição da psique.
  • Para vygotsky as funções mentais superiores (culturais) são transformações qualitativas das funções mentais elementares (naturais biológicas). As funções mentais superiores só se constituem nas relações sociais e são internalizadas por meio de uma atividade sígnica. Sem signos é impossível a internalização, a formação das funções mentais superiores e da consciência do sujeito. Os signos são os instrumentos que, agindo internamente no homem, provocam as transformações internas transformando-o de um ser biológico em um ser sócio- histórico.
    Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações intra-pessoais.
    A relação entre pensamento e linguagem
    Para Vygotsky (1991), o pensamento e a palavra não são ligados por um elo primário, mas, ao longo da evolução do pensamento e da fala, tem início uma conexão entre ambos, que se modifica e se desenvolve. Segundo ele, o fato mais importante revelado pelo estudo genético do pensamento e da fala é que a reação entre ambos passa por várias mudanças. O progresso da fala não é paralelo ao progresso do pensamento. As curvas de crescimentos de ambos cruzam-se muitas vezes; podem atingir o mesmo ponto e correr lado a lado, e até mesmo fundir-se por algum tempo, mas acabam se separando novamente. Isso se aplica tanto à filogenia como à ontogenia.
    Com base na abordagem genética do desenvolvimento da linguagem, Vygotsky observa que o pensamento da criança pequena inicialmente evolui sem a linguagem; assim como os seus primeiros balbucios são uma forma de comunicação sem pensamento. Entretanto, já nos primeiros meses, na fase pré-intelectual, a função social da fala já é aparente: a criança tenta atrair a atenção do adulto por meio de sons variados. Até por volta dos dois anos, a criança possui um pensamento pré-lingüístico e uma linguagem pré-intelectual, mas a partir daí, eles se encontram e se unem, iniciando um novo tipo de organização do pensamento e da linguagem. Nesse momento, surge o pensamento verbal e a fala racional. A criança descobre que cada objeto tem seu nome e a fala começa a servir ao intelecto e os pensamentos começam a ser verbalizados.A respeito do percurso simbólico que coloca em relação as palavras e as coisas: "só a linguagem põe essa relação a claro". Assim, o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, pelos instrumentos lingüísticos do pensamento e pela experiência sócio-cultural da criança.
    A abordagem Sócio interacionista

    Vygostsky, observa-se que o aprendizado está relacionado ao desenvolvimento e é, "um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas". É o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento que, não fosse o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, não ocorreriam.
             Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores etc., a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. Inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo – incluindo sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre as pessoas. O desenvolvimento fica impedido de ocorrer na falta de situações propícias ao aprendizado.
             O ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é fundamental para o seu desenvolvimento. Haja vista os registros históricos sobre o 'menino selvagem de Aveyron', 'Kasper Hauser' e o mais famoso de todos – o caso das 'meninas-lobo da Índia', não sorriam, andavam como quadrúpedes uivavam para a lua e sua visão era melhor à noite do que durante o dia. Vê-se, portanto, que sem contato humano não se consegue ser humano de fato; o homem só pode ser homem se viver em sociedade. Vygotsky afirma que "ao mesmo tempo em que o ser humano transforma o seu meio para atender suas necessidades básicas, transforma-se a si mesmo".
             Para ser considerada como possuidora de certa habilidade, a criança tem que demonstrar que pode cumprir a tarefa sem nenhum tipo de ajuda. Vygotsky denomina essa capacidade de realizar tarefas de forma independente de nível de desenvolvimento real (NDR). Refere-se a etapas já alcançadas, como resultado de processos de desenvolvimento já completados. Chama a atenção para o fato de que para compreender adequadamente o desenvolvimento devemos considerar não apenas o nível real da criança, mas também seu nível de desenvolvimento potencial (NDP) – a capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda de adultos ou de colegas mais capazes.

     
             Essa possibilidade de alteração no desempenho de uma pessoa pela interferência de outra é fundamental na teoria de Vygotsky. Não é qualquer indivíduo que pode, a partir da ajuda do outro, realizar qualquer tarefa. A capacidade de se beneficiar de uma colaboração de outra pessoa vai ocorrer num certo nível de desenvolvimento, mas não antes da mediação do educador, seja ele de qual natureza for. Ele atribui importância extrema à interação social no processo de construção das funções psicológicas humanas. O desenvolvimento individual se dá num ambiente social determinado e a relação com o outro, nas diversas esferas e níveis da atividade humana, é essencial para o processo de construção do ser psicológico individual.   
    Desenvolvimento e Aprendizagem: a Zona de Desenvolvimento Proximal
    A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) consiste na "distância que medeia entre o nível atual de desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade atual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com os pares mais capazes" No fundo, a ZDP é uma verdadeira janela de oportunidade para a aprendizagem, sendo necessário que o professor a prepare e conceba e ponha em prática tarefas de ensino e aprendizagem que potenciem essa janela.
    Os instrumentos principais que o professor pode usar, no sentido de potenciar a janela de oportunidade (a ZDP), são a linguagem e o contexto cultural, os quais são considerados por Vygotsky como as mais importantes ferramentas ao serviço da aprendizagem e do desenvolvimento. Para além dessas ferramentas, o professor deve assumir-se como mediador entre a criança e os objectos e entre as crianças e os pares. Se o professor propõe tarefas que estão para além da zona de desenvolvimento proximal, é quase certo que a criança não vai entender a tarefa, não vai ser capaz de realizá-la ou vai concretizá-la incorrectamente. Mediadores são também os pares que se revelam mais capazes. Nesse sentido, a criação de grupos de aprendizagem colaborativa, com crianças em diferentes níveis de aprendizagem,
    Embora próximas na capacidade para a realização das tarefas, constitui outra estratégia de mediação importante. Importa ter presente que o mediador externo deve ter significado para a criança, estar ligado a um objecto que a criança use antes ou durante o desempenho da tarefa e combine a mediação com o uso da linguagem e do contexto cultural.
    A ZDP muitas vezes é tomada como um dos níveis de desenvolvimento, porém, trata-se precisamente do campo intermediário do processo. Sendo o desenvolvimento potencial uma incógnita, já que não foi ainda atingido, Vygotsky postula sua identificação através do entendimento da ZDP. Tomando-se como premissa o desenvolvimento real como aquilo que o sujeito consolidou de forma autônoma, o potencial pode ser inferido com base no que o indivíduo consegue resolver com ajuda. Assim, a zona proximal fornece os indícios do potencial, permitindo que os processos educativos atuem de forma sistemática e individualizada.
    A importância da intervenção pedagógica
    Todo aprendizado é necessariamente mediado – e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente.
    Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender – potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto.
    Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky.
    Considerações finais
    Em síntese, a teoria psicológica construída por Vygotsky rompe com as correntes até então estruturadas e parte de uma nova concepção de realidade e de homem. Diante do exposto, faz-se importante considerar o ensino como uma prática social específica, que se dá no interior de um processo de educação e que ocorre de maneira espontânea ou sistematizada, intencional e organizada, sempre que mediada pelo educador.
    O ensino não é, portanto, um movimento de transmissão que termina quando a coisa que se transmite é recebida, mas "o começo do cultivo de uma mente de forma que o que foi semeado crescerá". O pensamento vai além, porque capta as relações entre as palavras de uma forma mais complexa e completa que a gramática faz na linguagem escrita e falada. Para a expressão verbal do pensamento, às vezes é preciso um esforço grande para concentrar todo o conteúdo de uma reflexão em uma frase ou em um discurso.
    Finalmente, cabe destacar que o pensamento não é o último plano analisável da linguagem. Podemos encontrar um último plano interior: a motivação do pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos afetos e emoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e no nosso pensamento.
    Referências
    OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky, Aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico.EditoraScipione.2003
    BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre. Artes Médicas, 1998.
      http://www.crda.com.br/tccdoc/18.pdf
    http://www.google.com.br/search?hl=&q=vigotski+a+abordagem+socio+interacionista&sourceid=navclient-ff&rlz=

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